domingo, 23 de setembro de 2012

O POR QUE DA IMPOSIÇÃO DO CELIBATO AOS PADRES CATÓLICOS

















Luiz Carlos Nogueira

















Segundo Éliphas Lévi[1] em sua obra ocultista Dogma e Ritual de Alta Magia:  “A Igreja ignora a Magia[2]. porque ela ou tem que ignorar isto ou tem que perecer...; contudo ela não reconhece ao menos que o seu  misterioso Fundador foi saudado no berço dele por Três Magos, ou seja, pelos embaixadores hieráticos das três partes do mundo conhecido e os três mundos analógicos da filosofia oculta. Na Escola de Alexandria, a Magia e Cristianismo uniam as mãos debaixo dos patrocínios de Amônio Saccas e de Platão; [..]”


E em sua outra obra “História da Magia”, Éliphas Lévi fala sobre essa Magia: “Há muito tempo se confunde Magia com as prestidigitações dos charlatães, com as alucinações dos enfermos e com os crimes de certos malfeitores excepcionais. Muita gente, aliás, facilmente definiria a Magia com a arte de produzir efeitos sem causa. E, segundo esta definição, o povo dirá, que o bom senso que o caracteriza, mesmo em suas maiores injustiças, que a Magia é um absurdo. A Magia não poderia ser aquilo que dela fazem aqueles que não a conhecem. Não cabe aliás, a ninguém fazer dela isso ou aquilo; ela é o que é; em si mesma é como a matemática, pois é a ciência exata e absoluta da natureza e de suas leis.”


“A Magia é uma ciência dos magos antigos; e a religião cristã, que impôs silêncio aos oráculos mentirosos e eliminou todos os prestígios dos falsos deuses, reverencia ela própria os magos que vieram do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar o Salvador do mundo em seu berço. A tradição ainda atribui a esses magos o título de reis, porque a iniciação à Magia constitui uma verdadeira realeza e porque a grande arte é chamada por todos os adeptos de: ‘Arte Régia’, ou ‘Santo Reino’ (Sanctum Regnum).”


Por conta disso e pela ignorância das massas, condena-se o Vaticano pela imposição disciplinar aos padres, no tocante ao celibato/castidade. No entanto, a observância da disciplina é uma condição indispensável para o exercício do sacerdócio.



Para Éliphas Lévi, os fundamentos pelos quais se obriga o celibato/castidade, não poderiam ser minudenciados pela Igreja Católica, sob pena de ser obrigada a assumir sua relação com as práticas da Alta Magia, técnicas essas que pertencem à esfera da ciência noética, conhecidas deste os tempos antigos. A sua revelação ao vulgo poderia produzir conseqüências mais desastrosas do que a criticada imposição do celibato aos seus padres.


Além disso, segundo esse ocultista: “As operações mágicas são o exercício de um poder natural, mas superior às forças ordinárias da Natureza. ...Para fazer milagres (ou, o natural extraordinário) é preciso estar fora das condições comuns da humanidade...”


“O Mago deve ser impassível, sóbrio e casto, desinteressado, impenetrável e inacessível para qualquer espécie de preconceito ou terror. Ele deve estar sem defeitos corporais e reservado contra todas as contradições e todas as dificuldades. O primeiro e mais importante de operações mágicas é o conseguimento desta preeminência rara.”


No entanto, dentre todas essas práticas o celibato é as mais difícil porque exige o domínio da natureza humana mais fortemente impregnada, para permitir o exercício dos poderes mágicos de excelência, como por exemplo, curar enfermos e até ressuscitar pessoas (como Jesus fazia e afirmava: João, 14:12- Vós podeis fazer o que eu faço e muito mais) que tenham passado pela transição (morte) recente e cujos corpos ainda estejam com as funcionalidades orgânicas suficientes para que possam retornar à vida sem sequelas.


Em sua “História da Magia”, Éliphas Lévi diz: Conformando-se às regras da força eterna, o ser humano pode se assemelhar ao poder criador e se tornar criador e conservador com ele. Deus não limitou a escada luminosa de Jacó a um número reduzido de degraus. Tudo o que a natureza fez inferior ao ser humano ela submete a ele. Cabe a ele aumentar seu domínio, elevando-se sempre! Assim a extensão e mesmo a perpetuidade da vida, a atmosfera e suas tempestades, a terra e seus filões metálicos, a luz e suas prodigiosas miragens, a noite e seus sonhos, a morte e seus fantasmas, tudo isso obedece ao régio cetro do mago, o bastão pastoril de Jacó, à vara fulminantes de Moisés. O adepto se faz rei dos elementos, transformador dos metais, árbitro das visões, diretor dos oráculos, senhor da vida, e isso na ordem matemática da natureza e em conformidade com a vontade das Inteligência Suprema. Eis a Magia em toda a sua glória! Mas quem ousará no nosso século depositar fé nestas palavras? Para aqueles que queiram estudar sinceramente e autenticamente saber, chegou o tempo em que tudo deve ser dito e nos propomos a tudo dizer.”


Assim, segundo os ocultistas, os padres realizam a Magia, quando celebram as missas conectando os homens com a mente cósmica, expedindo bênçãos (transmissão de energia) e aliviando as mentes conturbadas pela remissão dos seus pecados, mediante o reconhecimento dos seus erros, e prescrevendo penitências para esse efeito.


Vale observar que no Oriente a Ioga Tântrica também trabalha com as energias sexuais, que para os seus praticantes são energias geradoras e regeneradoras, com as quais realizam os fenômenos que o vulgo considera como sobrenaturais. Para produzir essa energia os praticantes da Ioga Tântrica Branca se submetem a uma autodisciplina, de sorte que possam controlar seus orgasmos, cujas energias eles endereçam para os seus acumuladores internos, alojados nos seus corpos.


Tal energia sexual, como explicam os ocultistas, são utilizadas para produzir algum efeito específico nas operações chamadas mágicas ou metafísicas, como já mencionamos anteriormente. Por conseguinte, as relações sexuais prejudicam o sacerdócio, porque corrompem a qualidade dessa energia, seja por conta da sujeição ou exposição às doenças venéreas ou sexualmente transmissíveis, assim como às emanações de ordem psicológicas, como a tristeza, a ansiedade, a luxúria e as desilusões.


Nota: Este artigo tem por finalidade apenas de trazer uma informação ao leitor, de como os ocultistas explicam a questão do celibato. Portanto, não se trata de opinião deste blogueiro.



[1] Há quem diga que o nome de nascimento de Éliphas Lévi  era Alfred Charles Constant e que, posteriormente  mudou o nome para Éliphas Lévi Zohed, nome esse em hebraico, por influência da Kabbalah.
[2]  A Magia era chamada pelos antigos magos, de Santo Regnum, ou seja, o Santo Reino (Reino de Deus).  E os reis desse conhecimento oculto para as massas são os padres que praticam seus sacrifícios e preces.

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